Como por cá só se consegue ir ao cinema em tempo de férias, e como o próprio do filme estreou (quase) em tempo de férias, toca de ir ver o "Criaturas Maravilhosas".
Quanto à história, já a conhecia, já tinha lido o livro e já me tinham feito fã. Portanto, o desejo de ver o filme surge pela curiosidade na adaptação feita: interpretações, ambientes criados, o próprio do enredo (que pode não ser igual) e, o mais importante, se é ou não semelhante àquilo que tinha imaginado.
As interpretações foram fantásticas; como era esperado, a Emma Thompson (já premiada pela Academia) arrasou com qualquer interpretação possível da personagem Sarafine - chegou a conseguir ser mais exuberantemente cínica que a própria original Sarafine que conhecia dos livros - simplesmente fantástica em toda e qualquer prestação. Por seu lado, Ethan Wate foi igualmente bem representado por Alden Ehrenreich que, com a sua grande formação a nível de teatro e cinema, conseguiu dar um toque único a esta personagem, uma interpretação memorável, comparável apenas aos melhores; a personagem em si é um pouco diferente daquela descrita nos livros, um pouco mais sarcástica, ativa e até mais inteligente (esta última é discutível) - portanto, foi-me dado a conhecer um novo Ethan Wate, que dito de passagem, me fez as delícias talvez mais do que qualquer outra interpretação rigorosa da personagem.
De todos, a interpretação que nem sempre me agradou foi a de Alice Englert (Lena Duchanes), que se afastou da personagem principal de um modo menos positivo, no entanto, Alice nem sempre me deu desgostos e cheguei a admirar partes da sua prestação - resumindo, foi a prestação que menos me conquistou, mas não estava mal de todo.
Gostava ainda de destacar as grandes interpretações de Viola Davis e Jeremy Irons, premiaram não tanto pela surpresa, mas mais pela excelência a que nós, espetadores, já estamos habituados.

Lembro-me de chegar a pensar que, de uma qualquer forma inteligente, eles iriam terminar com o filme de tal modo que não houvesse mais continuação, juro que me envolvi em diversos monólogos do género: "Mas isto não estava no livro", ou mesmo, "Será que vai mesmo acabar assim?". Portanto, mais ou menos a meio do filme, comecei seriamente a duvidar das boas intenções do realizador. No entanto, lembro-me igualmente de quando pensei que fossem mudar o final,e nem mesmo aí cheguei a gostar menos do filme, todas as mudanças que fizeram, achei-as demasiado inteligentes para me fazerem não gostar delas, cheguei a pensar que mudar o final tornaria o filme algo de surpreendente e inédito. Tal não se verificou, mas mesmo assim, conseguiram fazer-me questionar sobre várias partes da história, conseguiram inserir o elemento surpresa, o que é fantástico já que quem leu o livro está à espera de tudo menos de surpresas a grande escala.
Gosto sempre de falar na banda sonora, acho que a música é o fulgor de qualquer grande história. Coube aos thenewno2 a tarefa de fazerem todo o motion picture soundtrack, e acho que foi realmente bem conseguido.
Concluindo e resumindo a minha opinião, o filme está diferente do livro, tanto em termos de personagens como no desenrolar da ação. Isto pode, para muitos, ser um aspeto negativo, admito até que existam por aí alguns fãs dececionados, no entanto, achei em todas estas surpresas um aspeto positivo e inteligente a ter em conta, não fiquei nada desiludida com a adaptação!
Realmente não sei se haverá mais sequelas no grande ecrã, acho que tudo pode acontecer, o final tanto dá para uma coisa como para outra (outro ato inteligente), mas espero sinceramente que nos (me) continuem a surpreender por mais e longos filmes.
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